Comecemos por deixar algo bem claro: a astrologia, na sua mais pura essência, não é uma linguagem divinatória nem um passatempo para ler nas revistas para saber se os touros são forretas, os leões egocêntricos, se vou “ter sorte na vida” ou ver se “o vizinho me mandou mau olhado”.
Trata-se sim de uma ferramenta que, quando conscientemente usada, nos permite de compreender como as energias se manifestam e interagem, de uma maneira prática, inteligente, e, acima de tudo, dinâmica.
O mapa astrológico (o mapa do céu do dia e hora em que nascemos) fornece-nos uma matriz energética pessoal, onde estão representados símbolos. Signos, planetas, casas e aspectos são o alfabeto astrológico presente nesse chamado “mapa natal”. Olhando, esse mapa é apenas um mero papel com uns “bonecos/símbolos”... É o astrólogo que terá a função de os traduzir para linguagem corrente.
Desta forma o astrólogo não é nenhum adivinho nem alguém com “poderes mágicos”, mas sim um intérprete/tradutor de símbolos. Como cada mapa está sujeito a uma interpretação por um indivíduo, esta tende a tornar-se, de alguma forma, mais subjectiva, pois cada profissional passará uma informação segundo a sua lente pessoal. Não quer dizer que uma interpretação seja melhor que a outra, mas sim trata-se da visão da mesma realidade de prismas diferentes.
Tal como existem vários astrólogos, existem várias astrologias, que diferem essencialmente no foco da sua interpretação e nas filosofias associadas. O mapa utilizado é, basicamente, o mesmo, os arquétipos são os mesmos, mas a sua interpretação pode variar substancialmente.
Na abordagem psicológica – que é a que sigo mais frequentemente - o foco da atenção vai para o próprio indivíduo e para a compreensão dos seus processos. Quer isto dizer que, nesta abordagem existe o conceito de “vir-a-ser “, ou seja, o indivíduo nasce com determinados padrões e, ao longo da vida sofre uma série de crises/processos com o intuito de o transformar em algo diferente daquilo que era, numa actualização constante. Na realidade a ideia é tornar-se literalmente um indivíduo – um ser não dividido, considerando a astrologia psicológica que dentro de cada um de nós co-existem uma série de sub-personalidades que nem sempre convivem da melhor maneira, formando assim um complexo dinamismo de atracção/repulsão constante.
Na astrologia psicológica os signos são vistos como necessidades psicológicas, planetas como impulsos ou motivações, casas como áreas de vida onde se dão as experiências, e os aspectos comointeracções entre as diferentes partes de nós.
Nesta abordagem não existe estaticismo na medida em que tudo está em constante mutação e, de facto, o interesse está em compreender o comportamento e os processos mentais humanos. Um aconselhamento astrológico na abordagem psicológica é acima de tudo um trabalho de equipa onde o astrólogo/terapêuta vai trabalhar em conjunto com o paciente para perceber em que nível um determinado arquétipo se está a manifestar na vida do mesmo, e quais as alternativas para viver esse mesmo arquétipo mas com uma expressão mais consciente.
Ir a um astrólogo para apenas “ouvir” o que este lhe tem para dizer, é uma completa desresponsabilização pela nossa vida, pois estamos com a crença de que este tem o poder de a resolver, o que é a mais pura mentira. Além disso o astrólogo por si só não tem poderes mágicos, e por muito que saiba de astrologia não saberá a que nível aquelas energias estão a ser vividas. A vida da pessoa, os seus hábitos, a sua saúde, as suas ocupações, isso sim vai dar indicações ao astrólogo, e mesmo assim o trabalho é muito mais complexo e envolve muito mais profundidade.
Esta abordagem astrológica tem um intuito muito terapêutico na medida em que ajuda o indivíduo a tomar consciência de si, ajudando-o a integrar partes muitas vezes negadas, enraizadas no mais profundo do seu inconsciente.
Não existem aqui portanto planetas ou signos bons nem maus, todos eles representam em nós necessidades e funções psíquicas, absolutamente necessárias, e que se soubermos decifrá-las, através da linguagem simbólica, e saber quais as suas verdadeiras funções, entramos naquilo a que se chama o auto-Conhecimento, o autêntico, esse que nos vira necessariamente para dentro em busca da Verdade que aí habita.
Como dizia Carl Jung: Quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, desperta.
Olhemos para dentro e descubramos em nós a imensa realidade simbólica que nos habita.
O estudo e prática da astrologia é uma das ferramentas mais poderosas que temos à disposição para descodificarmos o sentido das experiências pelas quais passamos.
Ao observamos as dinâmicas energéticas que se formam entre nós e o cosmos, podemos ter uma visão muito mais focada de quem somos e de quem podemos vir a ser.
Entre nós e o universo não existe separatividade. Somos universos em miniatura.
Esquecê-lo é esquecer a nós mesmos e à nossa verdadeira essência!
Alexandre Gonçalves
Alexandre Gonçalves Sol em Gémeos, Lua em Capricórnio e Ascendente Caranguejo Licenciado em Psicologia pela FCHS (Ualg) e formador profissional com CCP pelo IEFP Formou-se em Astrologia Kármica, Humanista, Transpessoal e Psicológica depois de cursar durante 4 anos um curso superior de informática, que não concluiu. Dedica-se integralmente ao ensino e consultoria astrológica desde 2008 e é co-fundador do Centro de formação STARLIGHT, em Albufeira [Algarve], onde ensina e pratica Astrologia e Cura desde 2010, através de consultas, cursos, palestras e workshops, contando com centenas de clientes e alunos. É trainee da ISAR – International Society for Astrology Research, tendo completado os módulos de ética e de consultoria. Dedica-se igualmente à arte da Cura, através do Reiki, EFT, Imagens Mentais e sistema Corpo Espelho, sendo um curador certificado pela Brofman Institute for the Advancement of Healing.
Instagram: @astroalekks Facebook: https://www.facebook.com/astropsicalekks Escola: www.starlight-albufeira.pt
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